
40 - VELAME BRANCO Mandevilla velame (A.St.-Hil.) Pichon (APOCYNACEAE)

Planta subarbustiva, de até 50 cm de altura, ereta, com textura lanosa e branca. Folhas opostas, com textura de papel cartão, de 4,5 a 6,5 × 2 a 3 cm, elípticas, pontiagudas, de margem lisa, densamente branca e com textura de lã. Inflorescência na ponta dos ramos, possuindo de 2 a 6 flores, com 10 a 13 cm cada; de cinco pétalas fundidas, corola branco-esverdeada, muito distinta, levemente ondulada. Possui látex. Floração de setembro a maio.
Algumas coisas são inacessíveis e temos que conviver com isso.
O velame-branco só existe no Parque do Juqueri, e não se pode coletar nada do parque; portanto. o espetáculo de ver um conjunto dessas plantas só é possível por lá. A planta é tão bonita que acho difícil de conviver dentro da cidade, receio que seria constantemente cortada ou roubada. Talvez poderia existir na trilha da E.E. Jardim das Camélias, visto que lá existe mais segurança, é um lugar fechado e tem muitos alunos guardiães. Mas tem coisas que não tem como reproduzir, como a vista espetacular dessa planta na paisagem de morros do parque.
Distribuição: Ocorre de Goiás ao Rio Grande do Sul, em cerrado aberto, seco, ocasionalmente em campo ou em florestas de galeria.
Situação em São Paulo: Aparentemente existe apenas no Parque Estadual do Juqueri.
Como plantar: Por sementes, que se formam dentro de frutos parecidos com chifres. Planta de crescimento lento, mas de grande beleza mesmo quando jovem.
Usos: Pela coloração, porte e aspecto, planta com notável potencial paisagístico e ornamental. Floração espetacular. Poderia ser mais explorada e multiplicada em viveiros e estufas, assim como as lantanas ornamentais. Na medicina popular há citação de seus usos para tratar eczemas, coceiras, dermatoses e úlceras tópicas, uma das favoritas dos raizeiros do cerrado.
KINOSHITA, L.S. (COORD.). APOCYNACEAE IN: WANDERLEY, M.G.L. ET AL. FLORA FANEROGÂMICA DO ESTADO DE SÃO PAULO. INSTITUTO DE BOTÂNICA, SÃO PAULO, VOL. 4, PP: 35-92, 2005.
MACEDO, M.; FERREIRA, A. R. PLANTAS MEDICINAIS USADAS PARA TRATAMENTOS DERMATOLÓGICOS, EM COMUNIDADES DA BACIA DO ALTO PARAGUAI, MATO GROSSO. REVISTA BRASILEIRA DE FARMACOGNOSIA, V. 14, P. 40-44, 2004.

Um planta branca se destaca no meio dos capins resecados e monocromáticos. Parece um fantasma, parece mentira...

Uma miração? Exagero? Olhe ela na época certa do ano, com os capins secos e dourados, com o sol a pino na altura certa do dia, e na distância certa e reverente, e veja ela se transformar no vazio do desenho no papel, ou como se apagássemos uma planta da paisagem. A planta se torna um portal para outro mundo.

Olhando de perto, agora que passou...! Na verdade, a planta parece que foi feita com feltro, suas folhas são cobertas de pelinhos que dão um toque macio. Parece que alguém costurou essa planta com feltro e colocou aqui.

