
14 - SENA EMPENADA Chamaecrista desvauxii var. latistipula G.P.Lewis (LEGUMINOSAE)

Subarbusto de até 1,4 m de altura, ereto, pouco ramificado. Folhas de 5 a 8 cm de comprimento, arredondadas, sem pelos, textura de papel cartão e coloração característica. Flores de 3 a 6 cm de comprimento, amarelas como muitas leguminosas. Sementes em legumes de até 5 cm de comprimento por 0,5 cm de largura, com sementes de 0,4 cm x 0,2 cm, retangulares.
A cor verde azulada e a forma coberta de “escamas”, em contraste com a cor da terra vermelha ao fundo, era tão esquisita que parecia que estava explorando uma flora de Marte. Também as flores amarelas se destacavam, e a luz do fim da tarde criava uma atmosfera que completava o efeito. Realmente a sena empenada é uma planta nativa tão distante do cotidiano que parece de outro mundo.
Os antigos exploradores naturalistas que atravessavam o planeta em busca de novidades se deparavam com coisas que hoje são comuns, mas imagine o primeiro europeu que viu um tamanduá e seu trabalho para descrevé-lo para os outros. Hoje muita coisa é acessível, podemos viajar, comprar e ver novidades, e nos acostumamos a um ritmo de estranhamento constante. O exótico passou a ser acessível nas prateleiras de um supermercado.
Distribuição: América do Sul, em campos abertos e ensolarados.
Situação em São Paulo: Comum, encontrada em fragmentos de cerrado. Se reproduz muito em alguns lugares, formando grupos grandes, e é fácil de visualizar em beira de estradas.
Como plantar: Coletam-se as vagens e retiram-se as sementes para simplesmente enterrar e regar, sem precisar de uma terra especial. Já vi nascendo e se desenvolvendo bem no meio de entulho. Pode se transplantar mudas novas, que crescem muito rapidamente na beira da planta mãe em sol pleno.
Usos: Recomendada para restauração ecológica por ser leguminosa nativa e pouco invasora. Grande potencial ornamental não dá para entender por que não é vista normalmente em jardins.
DANTAS, M. M.; SILVA, M. J.. THE GENUS CHAMAECRISTA (LEGUMINOSAE, CAESALPINIOIDEAE, CASSIEAE) IN THE SERRA DOURADA STATE PARK, GOIÁS, BRAZIL. RODRIGUÉSIA, V. 64, N. 3, P. 581-595, 2013.
DURIGAN, G. PLANTAS DO CERRADO PAULISTA: IMAGENS DE UMA PAISAGEM AMEAÇADA. PÁGINAS & LETRAS EDITORA E GRÁFICA, 2004.

Grande comunidade na beira da estrada.

Espécie introduzida no cotidiano urbano, e divulgada pela versão impressa deste guia de campo. Hoje tem gente que desenvolve mudas colhendo sementes das plantas do Cerrado Infinito.

Confirmei que se tratava de uma planta de cerrado vendo o Guia de plantas do cerrado paulista da Giselda Durigan. Ela é uma grande especialista do cerrado no estado de São Paulo e já visitou o Cerrado Infinito das Nascentes do Água Preta.Conversamos sobre a relação da vegetação do cerrado com as nascentes da praça.

É muito bom constatar 'in loco', a intuição. A planta que sempre vi em terrenos degradados, estava na minha frente no meio de um fragmento bem relevante e biodiverso da UFSCAR, em São Carlos.

A vegetação nativa daqui, nos seus suspiros, ainda revela belezas fora do comum, e estruturas inusitadas. Apesar de chamar a atenção no Cerrado Infinito, ela é invisível no contexto dos terrenos baldios. Esta planta poderia simbolizar os campos invisíveis, o cerrado paulistano.

Essas flores, são como a pinta da Marilyn Monroe, a planta não precisava delas para ser linda. Mas não vamos reclamar de excesso debeles, as flores dão o charme do contraste fosforescente das cores.

Nem tudo contra o capitalismo, mas ajudem a espalhar a espécie de tal forma que ela domine as ruas, e não tenha valor comercial? Vamos soltar ela na Faria Lima?

Esplendorosa no meio de um terreno baldio repleto de braquiárias e lixo. Note o solo bem "pobre". Essa ai nasce em qualquer lugar, basta mudarmos a nossa relação com os "matinhos". Que viva livre na cidade.

Este aluno da Escola Estadual Jardim das Camélias, plantou e viu essa planta crescer no Cerrado Infinito da Escola do Jardim das Camélias. Para ele foi muito fácil de identificar no guia de campo.

Atrativa para diversas espécies de polarizadores.

