
08 - LANTANA Lantana camara (VERBENACEAE)

Planta perene, arbustiva, ereta, espinhenta, chegando a 120 cm de altura. Folhas opostas, de forma ovata e com ápice agudo, rugosa e de textura áspera e aroma característico. Flores pequenas, em geral amarelas, alaranjadas ou avermelhadas, partindo em grupos das axilas terminais dos ramos, florescendo o ano inteiro. Frutos pequenos, arredondados, esverdeados a negros quando maduros, do tipo drupa, com duas sementes.
Um clássico do jardim da vovó com suas centenas de buquês, com florezinhas minúsculas e coloridas. A diferença da selvagem para a doméstica é que a segunda não tem espinhos. Durante um bom tempo achei que as selvagens fossem mais mirradas e com poucas cores, variando do amarelo para o vermelho, mas me enganei. Recentemente vi um campo repleto delas.
Distribuição: Nativa do Brasil, hoje em dia possui distribuição cosmopolita e é tida como invasiva. Em Portugal inverteu a colonização e se tornou uma praga em mais de cinquenta países, como Espanha, Itália, África oriental e ocidental, Madagáscar, Mauritânia, América do Norte, Caraíbas, Índia, China, Ásia, Austrália e Nova Zelândia. Um horror!
Situação em São Paulo: Plenamente usada em paisagismo, as selvagens são razoavelmente comuns em terrenos baldios.
Como plantar: Pode-se comprar, tirar do saquinho e plantar. Perpetue as selvagens coletando um galho e clonando a planta. Retirei partes de um exemplar adulto num jardim antigo, numa casa em demolição. Tarefa difícil, com muito entulho cobrindo a planta além de suas raízes profundas e muito fortes, mas depois de alguns meses de transplante as plantas já começam a ganhar seu volume característico.
Usos: Muito usada no paisagismo para bordas e maciços. Os frutos não são comestíveis; ao contrário, são ligeiramente tóxicos, assim como as folhas, que numa dosagem alta são perigosas. Deixe para serem consumidas pelos pássaros que as dispersam e facilitam a germinação ao passar pelo trato digestivo. É uma planta rústica e de crescimento rápido, altamente atrativa a abelhas e borboletas.
ERASMUS, D.J., ET AL. CONTROL OF LANTANA CAMARA IN THE KRUGER NATIONAL PARK, SOUTH AFRICA, AND SUBSEQUENT VEGETATION DYNAMICS. BRIGHTON CROP PROTECTION CONFERENCE, WEEDS. FARNHAM, UK; BRITISH CROP PROTECTION COUNCIL (BCPC), VOL. 1:399-404, 1993.
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Desmantelamento do Cerrado infinito da Casa das Caldeiras, onde existia uma moita bem interessante de lantana camara.

A lantana é uma das poucas plantas do cerrado paulistano que são produzidas comercialmente, para uso em jardins. Presente na memória visual de muitas pessoas, ela transcende os modismos, e é utilizada em São Paulo, desde tempos antigos.

É uma espécie muito típica de "jardins da vovó", ou jardins populares de bairro onde o paisagismo se forma á partir do que vai sendo plantando sem muito rigor na composição. Geralmente a escolha de espécies é feita na base de trocas e coleta de pequenos galhos cortados que são depois plantados diretamente no chão.

A forma selvagem tem espinhos, e a floração mais esparsa, com menos densidade de flores no buquê. Compare com as fotos anteriores. Nada contra as variações comerciais, com florações muito mais volumosas, mas evito as provenientes de cultivo no Cerrado Infinito.

Nas formas selvagens, a cor que predomina nos meus avistamentos, é o vermelho com laranja, também é comum toda vermelha e já algumas vezes, branca e rosa com amarelinho. Ou seja ,apesar dos melhoramentos, de forma geral as cores são as mesmas da variedades cultivadas.

