
Pequena jóia do mato!
04 - AZULZINHA DO BOSQUE Coccocypselum lanceolatum (Ruiz & Pav.) Pers. (RUBIACEAE)

Erva rasteira, de pequeno porte, com textura de veludo. Planta de ramos alvos ou avermelhados, pecíolo de até 2 cm e folhas de 3 a 7,5 × 2 a 3 cm, em forma de lança ou arredondada, de ponta fina, margem com cílios, verde ou avermelhada em ambas as faces. Flor de até 1 cm de diâmetro, com quatro pétalas, em geral alvas ou rosadas, presentes sobretudo na ponta dos ramos. O fruto é uma baga de textura esponjosa e insípida, de coloração azul intensa quando madura.
Distribuição: Em toda a América Latina, exceto na região amazônica. Ambientes de transição de cerrado, bordas de floresta.
Situação em São Paulo: Encontrei em um terreno apenas, no extremo da Zona Oeste numa pequena área, mas bem característica de cerrado que foi completamente devastada para fazer uma horta. Ainda assim consegui coletar um exemplar bem maltratado, que separei em algumas mudas. Vou continuar observando, mas parece ser rara na área Metropolitana.
Como plantar: Retire a muda com cuidado pois é uma planta sensível, plante semi enterrada e regue bem até a planta começar a se desenvolver.
Usos: Devido ao seu aspecto de suculenta rasteira, crescimento moderado e fácil manejo, tem potencial para paisagismo como forração e seus atrativos são os lindos frutos de cor azul intenso. Os frutos são comestíveis, mas insípidos, com potencial para produção de polpas, licores, geleias e sorvetes.
JUNG–MENDAÇOLLI, S.L. (COORD.) RUBIACEAE IN: MELHEN, T.S. ET AL. FLORA FANEROGÂMICA DO ESTADO DE SÃO PAULO, VOL. 5, PP: 259-460, 2007.


Depois de anos procurando, só encontrei esta espécie em um único terreno dentro da cidade. Diria que era o mais bonito que visitei. Nele se conseguia um certo descolamento urbano, e a sensação era de estar no cerrado. Infelizmente virou condomínio.

Tentei mobilizar pessoas para me ajudarem a proteger esse fragmento de cerrado, ou fazer resgates de plantas, mas ninguém se comoveu. Preservar os últimos metros de cerrado ainda não está na pauta dos ambientalistas de São Paulo. Quando entrar na pauta será tarde demais.

Seus frutos são chocantemente azuis! Sei que é comestível, mas não provei, tentei germinar as sementes, elas começaram a brotar, mas meu cachorro derrubou o recipiente e pisoteou tudo!

A planta é bem sensível ao transplante, não tive muito sucesso, ficando muito dependente da estufa. Quando plantadas no Cerrado Infinito, simplesmente não prosperaram. Diria que não é uma planta ruderal, mas que se mantém se o local conservar uma comunidade de plantas suficientemente integrada para resistir à cidade.

