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CAMPOS INVISíVEIs, fragmentos urbanos e outras formações

Ao longo do tempo, visitei cerrados no interior de São Paulo, além de variados fragmentos urbanos e formações afins, que foram compondo um imaginário de paisagens. A situação do cerrado paulista é dramática — e ninguém parece minimamente preocupado em preservar os poucos metros que restaram, o que revela uma completa falta de compromisso com a conservação ambiental no estado.

Embora se diga que cerca de 16% do território paulista seria originalmente ocupado por campos de cerrado, os mapas de distribuição do bioma sugerem, visualmente, uma área muito maior.

Há um problema cognitivo sério, crônico e bastante particularizado: o cerrado é frequentemente classificado como pastagem, área antrópica ou simplesmente confundido com mato de terreno baldio. Por outro lado, qualquer agrupamento de árvores — ainda que composto por espécies exóticas — é prontamente reconhecido como floresta.

O cerrado disputa espaço com as atividades agrícolas e, até hoje, é visto como um obstáculo. No caso de São Paulo, assim como em outras regiões, soma-se ainda a pressão da especulação imobiliária. A lógica do agronegócio, se seguir intocada, acabará por destruir tudo. Restarão apenas algumas imagens e, com sorte, microparques de veraneio e turismo, como a Chapada dos Veadeiros.

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